Ex-senadora Vanessa não descarta disputar a Prefeitura de Manaus

Manaus – Sem mandato, a ex-senadora da República pelo PCdoB, Vanessa Grazziotin, que deixa o Congresso Nacional depois de 16 anos, a partir de agora ficará à frente da luta dos movimentos sociais e continuará fazendo oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Ao EM TEMPO Grazziotin diz que espera brevidade do atual governo Bolsonaro, por discordar de suas conjunturas e escolhas políticas, por exemplo o modelo defendido pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, que é contra a política de incentivos fiscais, o que põe em risco a Zona Franca de Manaus (ZFM). Ela também não descarta a possibilidade de disputar a Prefeitura de Manaus.

EM TEMPO – Depois de oito anos, a senhora se despede do Senado. Quais seus planos políticos a partir de agora?

Vanessa Grazziotin — Vou permanecer na luta política, na direção do meu partido e junto aos movimentos sociais e à população do meu Estado. Mais do que nunca, é preciso que o povo se mobilize contra o mar de absurdos que o governo Bolsonaro aponta. Muitos dizem que é preciso esperar o governo agir, mas vamos esperar o quê? Que as aposentadorias sejam cassadas? Que os direitos indígenas sejam usurpados? Que a Zona Franca seja extinta como quer o ministro Guedes? Não, mais do que nunca, vou lutar pelo povo.

EM TEMPO – A senhora pretende se candidatar à Prefeitura de Manaus?

V. G. — Ainda é muito cedo para se debater este tema, e o PCdoB irá debater com todos os setores progressistas de nossa cidade.

EM TEMPO – A senhora continuará fazendo oposição ao governo Bolsonaro?

V. G. — Sem dúvida nenhuma. Não sou uma opositora irresponsável, mas até agora não houve uma única proposta que amplie direitos ou conquistas. Só surgem acusações, retiradas de conquistas, venda de patrimônio e discursos de ódio.

EM TEMPO – O que se espera de um governo de direita?

V. G. — Em primeiro lugar, esperamos que ele seja breve. Mas falando sério, iremos lutar todos os dias para que as conquistas históricas traduzidas na Constituição não sejam atacadas. Dizer que o problema da corrupção tem relação com a CLT ou com as cotas é de uma profunda desonestidade. O que a extrema direita tenta é corromper a verdade, os fatos e as conquistas do povo mais pobre.

EM TEMPO – A senhora foi uma das maiores defensoras da Zona Franca, que agora cai nas mãos de Paulo Guedes, que discorda dos incentivos fiscais. Podemos dizer que ela corre o risco de extinção?

V. G. — Sem dúvida. Ele é o maior inimigo da Zona Franca, e sempre denunciamos isso. Basta ver que este governo é o primeiro da história republicana que não tem nenhum representante do Norte e do Nordeste.*

Fonte: EM TEMPO

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