“O que o Governo do Amazonas tem a esconder?” Este foi o questionamento do deputado estadual Wilker Barreto (PHS) na manhã deste sábado, 23, quando teve seu direito cerceado como parlamentar de inspecionar o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de agosto, no Adrianópolis. O humanista foi barrado por seguranças terceirizados do local, que informaram que nos finais de semana o diretor geral do hospital, Eduardo Mesquita Jr, não cumpre expediente. Ainda segundo os seguranças, não havia ninguém da equipe técnica que pudesse atender ou passar informações ao deputado.
“Fui informado pelos seguranças que não há ninguém responsável que posso falar. Esse é o terceiro sábado que venho no 28 de Agosto e o segundo que o diretor não vem trabalhar. Como que um hospital público fica a mercê no final de semana. O que estou querendo não é nem visitar as dependências, mas sim confrontar as informações que obtive no último sábado que estive aqui e verificar se os medicamentos estão chegando”, disse Wilker.
No dia 16 de fevereiro, Barreto chegou a constatar que 55% dos remédios estavam em falta. No total, a lista de medicamentos baseava-se em 29 essenciais e 18 vitais. “A falta desses medicamentos está tirando a vida dos pacientes do hospital e do povo do Amazonas. Foram inúmeras as reclamações que recebi. Não vou parar enquanto o estoque não for reabastecido”, declarou o deputado.
Ainda segundo Wilker, a negativa de informações será tratada na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). “Vou tratar isso como cerceamento do meu mandato, que é do povo. A agenda do Governador hoje é ir ou não para a banda da Bica, mas ele deveria estar aqui no 28 de Agosto verificando a situação. Eles estão impedindo de eu exercer o meu ofício. A imprudência era seu eu viesse visitar um hospital que no sábado estaria fechado, mas não é o caso. Ele está aberto e se nenhum responsável”.
Para Wilker Barreto, vetar informações é sinônimo de que o problema de medicamentos essenciais e vitais não foi resolvido. A primeira vez que o parlamentar esteve na unidade hospitalar foi no dia 9 de fevereiro. A visita decorreu após uma inspeção na Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) no dia 08 de fevereiro, quando foi verificado que 23,60% de medicamentos essenciais estão zerados na Central e, que deste montante, 3,75% correspondem a medicamentos vitais. Este último número equivale a uma relação de 60 itens em estoque zero.
“Não deixaram entrar porque ainda não resolveram o problema. É um desrespeito à Assembleia e ao povo. Os seguranças só estão cumprindo as ordens de passar a informação que não posso entrar, inclusive, eles estão sem receber. A direção é covarde e passa uma função aos terceirizados da segurança que nem é a deles. O que aconteceu hoje é muito grave e um desrespeito com o povo”.
O humanista ainda fez questão de frisar que irá expor na Assembleia os fatos e irá pedir explicação formal ao diretor Eduardo Mesquita Jr. “Vou usar das medidas cabíveis. Vou convocar o diretor para dar explicações, pois ele não tem competência para administrar um hospital tão importante como esse”.