O Amazonas começou a vivenciar, neste mês de julho, a redução na quantidade de chuvas com a chegada no “verão amazônico”. O período, que segue até setembro, deve ser marcado pelo aumento nas temperaturas no estado, que pode chegar até 36ºC no último mês da estação, conforme previsão de especialistas.
A sensação de calor, segundo meteorologistas e geopesquisadores, acontece por conta da redução da nebulosidade e da baixa umidade do ar, em decorrência da diminuição das chuvas. Esses fatores climáticos são os responsáveis pela subida na temperatura, conforme especialistas.
Apesar de ser um fenômeno da natureza, o verão amazônico também recebe influências da ação do homem. O meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Renato Senna, explicou ao G1 que o aumento da temperatura pode ser mais intenso, dependendo de algumas condições.
“O homem altera o ambiente substituindo áreas anteriormente cobertas por vegetação com asfalto, concreto e vidro, elementos que intensificam as condições de elevação da temperatura e redução da umidade, criando as conhecidas “ilhas de calor” nos grandes centros urbanos”, disse.
De acordo com Senna, a transição para o “verão amazônico” resulta em uma entrada maior de energia dos raios solares na região, já que as nuvens da faixa do Equador migram em direção ao hemisfério Norte, onde está situada a região Amazônica. Isso leva ao aumento da temperatura, segundo o meteorologista.
O especialista ressaltou, ainda, que o verão amazônico, já iniciado em julho, deve continuar até o final de setembro. No mês seguinte, inicia-se a estação chuvosa, que deve começar em dezembro e durar até meados de maio do ano que vem.
Impactos
O período do “verão amazônico” também é lembrado como o de maior registro de queimadas, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Isso acontece por conta da diminuição das chuvas, que contribuem para um aumento da atividade, prejudicando o meio ambiente.
Segundo o Inpe, o Amazonas já registrou 65 focos de queimadas nos 13 primeiros dias do mês de julho deste ano. No ano passado, o Amazonas saltou de 57 focos de queimada no mês de junho para 1.371 focos em julho, primeiro mês do verão amazônico.
A pesquisadora em Geociências do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Luna Gripp, destacou que com a menor quantidade de chuvas durante o período, o número de queimadas tende a aumentar, impactando até mesmo na saúde da população.
“Quando chove menos, a probabilidade das queimadas serem apagadas pela chuva é menor. Isso gera um problema de qualidade do ar e acaba gerando um impacto na saúde da população, por causa do aumento da temperatura e da qualidade do ar”, comentou.
Além disso, segundo ela, há outros impactos associados: com menos chuva, as plantações são prejudicadas e isso pode gerar problema de desabastecimento. Além disso, o período marca o início da vazante no Amazonas, que é o fenômeno de diminuição do nível dos rios.
Fonte: G1
Divulgação: Portal Uatumã